Biópsias melhores? Câmeras 3D de alta velocidade podem ser o futuro

Biópsias melhores? Câmeras 3D de alta velocidade podem ser o futuro

Por Natalie Sabin

24 de maio de 2022 - As biópsias não mudaram muito nos mais de 100 anos em que estiveram em uso médico: O tecido (um aglomerado de células) é cortado do corpo, embutido em um bloco, cortado em fatias finas, montado em uma lâmina, e corado com tinta. Em seguida, um patologista analisa a amostra com um microscópio. Os resultados retornam em 2 a 10 dias, enquanto o paciente e sua família esperam nervosamente.

Engenheiros da Universidade de Columbia estão trabalhando para dar às biópsias uma atualização muito necessária. Lá, Elizabeth Hillman, PhD, e sua equipe desenvolveram um microscópio 3D de alta velocidade que pode rapidamente tirar fotos de células vivas sem a necessidade de extraí-las do corpo.

O resultado: Uma abordagem não-invasiva onde os resultados acontecem muito mais rapidamente.

A imagem médica encontra 'A Matriz'.

Já usamos microscópios em algumas cirurgias, mas a maioria fornece apenas uma pequena imagem 2D, limitando a visão de detalhes importantes.

"O tecido parece diferente em diferentes profundidades", diz Hillman. "Se você tiver uma imagem 3D do tecido, você pode olhar para ele em diferentes níveis - algo que não pode ser feito com imagens 2D".

Até agora, o exame dessas profundidades exigia um bisturi. Mas a tecnologia que Hillman e sua equipe desenvolveram, chamada MediSCAPE, envolve simplesmente arrastar uma pequena sonda através do tecido. A sonda tira muito rapidamente muitas fotos das células vivas, fazendo uma visão 3D em grande escala das minúsculas características do tecido.

A diferença entre uma varredura 2D e a versão 3D é um pouco como comparar uma imagem plana da Polaroid com a cena "Bullet Time" do The Matrix. Imagens de alta velocidade de muitos ângulos diferentes oferecem um nível de detalhe e precisão que uma imagem 2D não pode capturar.

Esta imagem mais clara permite aos cirurgiões distinguir melhor os tecidos saudáveis dos não saudáveis, deixando-os decidir a melhor maneira de cortar um tumor para que não restem tecidos doentes. Melhor de tudo, se a imagem parecer normal, o tecido pode ficar onde está, dentro do paciente.

A tecnologia poderia ser útil não apenas para detectar tumores, mas também "para orientar os cirurgiões, identificando rapidamente diferentes tipos de tecidos como nervos, gordura, músculos, cartilagens, tecido cicatricial", diz Hillman.

As biópsias são melhores e mais seguras?

Hillman adverte que as imagens 3D de alta velocidade não se destinam a substituir todas as biópsias. Mas o MediSCAPE poderia ser especialmente útil no exame de áreas sensíveis como o cérebro, onde a remoção de tal tecido precioso poderia levar à perda da função, bem como inchaço, convulsões ou acidentes vasculares cerebrais.

Os primeiros usos da tecnologia provavelmente serão em cirurgias abertas, onde os tecidos do paciente são expostos - como no cérebro, abdômen, colo do útero, ouvido/nariz/garganta - e para orientar cirurgias robóticas complexas, diz ela.

Ainda assim, enquanto o estudo prova que a técnica é possível, pode levar mais 5 anos ou mais até que a tecnologia esteja disponível em geral, diz Hillman. Muitos mais ensaios clínicos estão à frente.

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