Tailândia retira a maconha da lista de substâncias controladas
Por Leigha Tierney
9 de junho de 2022 -- A Tailândia tornou-se o primeiro país da Ásia a retirar a cannabis de sua lista de substâncias controladas, legalizando-a para crescimento e consumo em algumas formas.
A partir de hoje, as pessoas na Tailândia poderão cultivar e comercializar maconha e cânhamo, com o governo tailandês planejando distribuir 1 milhão de mudas gratuitas de maconha em um esforço para incentivar os agricultores a cultivar a planta, de acordo com a The Associated Press.
Sob a nova regulamentação, as pessoas podem cultivar até seis plantas de maconha em suas casas com a aprovação de seu governo local. As empresas também poderão cultivar maconha com as devidas autorizações, de acordo com a BBC. Cafés e restaurantes também podem servir bebidas e alimentos infestados de maconha - mas os produtos devem conter menos de 0,2% de THC, o químico que torna os usuários "altos".
O esforço de legalização foi liderado pelo Ministro da Saúde Pública Anutin Charnvirakul, na esperança de que o comércio local de maconha impulsione as indústrias agrícolas e turísticas.
"É uma oportunidade para as pessoas e o Estado ganharem renda com a maconha e o cânhamo", disse Charnvirakul no Facebook.
Embora a maconha não esteja mais na lista de substâncias controladas, os novos regulamentos descrevem o uso das plantas estritamente para fins médicos. Fumar em público de forma recreativa ainda traz uma pena de prisão de até 3 meses ou uma multa de 25.000 baht (US$ 780). Também é ilegal para os cultivadores distribuir extrato de cannabis, como óleo, com concentrações de THC maiores que 0,2%.
"Os brotos com 0,2% de THC são considerados baixos, portanto você precisaria consumir muito para ficar alto", disse Suphamet Hetrakul, um co-fundador do Grupo Teera, que cultiva cannabis para uso médico, à Reuters.
A AP informou que parece que haverá pouco policiamento sobre o que os cidadãos fumam ou cultivam em casa, desde que estejam devidamente registrados e declarem o uso apenas para fins médicos.
O governo tailandês também planeja libertar cerca de 4.000 pessoas que cumprem penas de prisão por acusações relacionadas à maconha ou cânhamo, disse à AP Gloria Lai, diretora regional da Ásia do Consórcio Internacional de Política de Drogas.
Os defensores da maconha na Tailândia, que legalizou a maconha medicinal pela primeira vez em 2018, acham que o governo poderia flexibilizar ainda mais as regras sobre o uso nos próximos anos, informou a BBC.