Aspirina diária vinculada ao aumento do risco de insuficiência cardíaca

Aspirina diária vinculada ao aumento do risco de insuficiência cardíaca

Por Ted Bosworth

30 de novembro de 2021 -- O uso diário de aspirina está associado a um risco maior de nova insuficiência cardíaca, uma nova análise sugere.

Os pesquisadores descobriram que entre mais de 30.000 pacientes que estavam em risco de desenvolver insuficiência cardíaca, o risco para quem tomava aspirina diariamente era 26% maior do que para quem não a tomava durante cerca de 5 anos de acompanhamento.

Os resultados, porém, não se aplicam a todos, mas somente àqueles com alto risco de insuficiência cardíaca ou àqueles já com alguns sintomas de insuficiência cardíaca, disse o investigador sênior Jan A. Staessen, MD, PhD, professor emérito da Universidade de Leuven, na Bélgica.

Pensa-se que a insuficiência cardíaca é uma condição que tende a criar coágulos e, portanto, em princípio, os pacientes devem se beneficiar de um tratamento antiplaquetário como a aspirina, que tende a diminuir a formação de coágulos. No entanto, os resultados de estudos anteriores têm sido misturados sobre se existe benefício da aspirina nessas pessoas, os pesquisadores observam.

Esta análise incluiu seis estudos observacionais, com um total de 30.827 participantes. No total, a taxa de insuficiência cardíaca por 1.000 pessoas-ano para toda a população foi de 14,5 no grupo com aspirina diária contra 5,9 no grupo que não tomou aspirina.

Dada a consistência destes resultados, "nossas observações sugerem que a aspirina deve ser prescrita com cautela em pacientes com risco de IC ou que tenham IC", os investigadores concluíram.

"Se tal tratamento for iniciado nesses pacientes, use aspirina de baixa dosagem", disse Staessen.

Entretanto, Deepak L. Bhatt, MD, diretor executivo de Programas Cardiovasculares Intervencionistas da Brigham and Women's Health em Boston, expressou alguma relutância em aplicar estes dados à prática rotineira.

"É importante enfatizar que esta análise conjunta se baseia em seis estudos observacionais, não em ensaios aleatórios de aspirina", disse Bhatt, acrescentando "ao meu conhecimento, não existe tal sinal", nesses dados.

Ele chamou essas descobertas de "provocadoras", mas disse que elas "precisariam ser confirmadas em bancos de dados de ensaios aleatórios de aspirina já concluídos versus um controle antes de serem acionáveis".

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