Uma nova variante da COVID-19 - não oficialmente designada Deltacron porque é uma combinação das variantes Delta e Omicron - foi detectada num pequeno número de casos em França, Holanda e Dinamarca, diz a Organização Mundial de Saúde.
Os cientistas identificam a nova variante da COVID chamada Deltacron
Por Ralph Ellis
11 de Março de 2022 -- Uma nova variante da COVID-19 -- não oficialmente designada Deltacron porque é uma combinação das variantes Delta e Omicron -- foi detectada num pequeno número de casos em França, Holanda e Dinamarca, diz a Organização Mundial de Saúde.
Porque há poucos casos, os cientistas não sabem muito sobre a variante, tais como a facilidade da sua propagação e se causa doenças graves.
"Não temos visto qualquer mudança na epidemiologia com esta recombinação. Não vimos qualquer mudança na gravidade. Mas há muitos estudos em curso", disse a líder técnica da Organização Mundial de Saúde COVID-19, Maria Van Kerkhove, PhD, numa conferência de imprensa.
Os cientistas da OMS observaram que a variante irá provavelmente alastrar.
"Infelizmente, esperamos ver recombinantes porque é isto que os vírus fazem, eles mudam com o tempo", disse Van Kerkhove. "Estamos a assistir a um nível de circulação muito intenso". Estamos a ver este vírus infectar animais, com a possibilidade de infectar novamente seres humanos. Portanto, mais uma vez, a pandemia está longe de ter terminado".
Os cientistas estão prestes a publicar um artigo que diz que foram encontrados casos Deltacron nos Estados Unidos, segundo o USA Today, que diz já ter visto o artigo a ser publicado no website medRxiv.
Cientistas em Helix, um laboratório baseado na Califórnia, encontraram duas infecções envolvendo diferentes versões do Deltacron após sequenciarem mais de 29.000 amostras positivas de COVID recolhidas nos Estados Unidos de 22 de Novembro de 2021 a 13 de Fevereiro de 2022, disse o jornal.
O laboratório também encontrou outras 20 infecções que tinham ambas as variantes Delta e Omicron, informou o USA Today, com um caso a ter Delta, Omicron, e Deltacron.
Os cientistas ainda não estão a utilizar o nome Deltacron, e a OMS não a classificou como uma variante preocupante por haver tão poucos casos. As variantes preocupantes são identificadas com uma letra grega, como Delta ou Omicron.
"O facto de não haver assim tanto, de mesmo os dois casos que vimos serem diferentes, sugere que provavelmente não se vai elevar a uma variante de nível de preocupação", disse William Lee, PhD, o director científico principal da Helix, ao jornal.
"É apenas uma variante se produzir um grande número de casos", disse William Hanage, PhD, epidemiologista da Escola de Saúde Pública T.H. Chan de Harvard. "Portanto, não, se não está a causar muitos casos, as pessoas não precisam de se preocupar".